segunda-feira, 12 de março de 2012

DE VOLTA AO PAÍS DO FUTURO Delúbio Soares (*)



A Fundação Getúlio Vargas, um dos organismos mais competentes e respeitados de nosso país, realizou importante pesquisa sobre a realidade sócio-econômica da população e comprova que o Brasil chegou ao menor nível de desigualdade social de sua história.
Graças as políticas sociais dos governos do estadista Lula e da presidenta Dilma, ao longo da última década, o Brasil resgata uma dívida social enorme e realiza uma autêntica revolução pacífica, levando mais de 40 milhões de cidadãos da pobreza para a classe média. Não há paralelo na história das Américas de tamanha redistribuição de renda e de mobilidade social tão intensa e bem-sucedida. O Brasil preconizado com tanto ufanismo durante mais de um século de história republicana se realiza somente agora, em uma década de Lula e Dilma. O Brasil está voltando para o seu futuro.
 
Depois do ingresso de 40 milhões de brasileiros na classe C, no período compreendido entre 2003 e 2011, outros 13 milhões deverão seguir igual caminho até 2014, de acordo com estimativa da FGV. Já a classe AB, que ganhou 9,2 milhões de pessoas entre 2003 e 2011, deverá aumentar em mais 7,7 milhões de brasileiros entre 2012 e 2014. Trata-se da mais impressionante mobilidade social ocorrida nos últimos 50 anos em qualquer parte do planeta!
 
A desigualdade, medida pelo Índice de Gini, aponta que a taxa do Brasil, situada no 0,5957, em 2001, caiu gradativamente até chegar a 0,5190 em janeiro de 2012, diminuindo no ano passado a uma taxa quase duas vezes mais acelerada que nos primeiros anos da década passada. O Índice de Gini varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 0 estiver, menor será a desigualdade.
 
Para o brilhante economista Marcelo Neri, autor de um alentado estudo publicado em livro sobre a nova classe média, “o Brasil está na contramão de sua história pregressa e de outros países emergentes e desenvolvidos, já que estamos no menor nível de nossa história em termos de desigualdade”. Neri dá a boa nova: “já vimos o crescimento forte da classe média. Agora, a classe que mais vai crescer é a classe AB. Até 2014, essa expansão será 29,3%, enquanto a classe C crescerá 11,9%”. Mas ele alerta para o fato de, mesmo assim, o Brasil continuar entre os 12 países mais desiguais do mundo, o que só fortalece nossa disposição de perseverar no trabalho de diminuição da distância ainda considerável que separa os pobres dos ricos.
 
Enquanto os países do hemisfério norte, ricos e desenvolvidos, amargam índices assustadores de desemprego, os dados da pesquisa mensal de emprego do IBGE, compilados pela Fundação Getúlio Vargas em seu revelador estudo, mostram que o crescimento da renda per capita foi de 2,7% entre janeiro de 2011 e janeiro de 2012. A taxa média entre 2002 e 2008 também tinha sido de 2,7%. Entre maio de 2010 e maio de 2011 a alta tinha sido de 6,1%. Se levarmos em consideração as enormes proporções da crise que se abate sobre a Comunidade Européia e a que sacudiu os Estados Unidos em 2008 e ainda perdura em alguns setores da mais forte economia mundial, veremos que o Brasil tem sido governado com inegável competência e firmeza, e suas forças produtivas, seu mercado interno e a capacidade de nossos empreendedores, tem mantido firme o timão em meio de tamanha tempestade. Lula estava certíssimo: foi apenas uma marolinha para o Brasil.
 
Há uma explicação plausível para tamanha transformação em nosso tecido social: o Brasil não suportava mais tamanhas disparidades e os governos petistas tiveram a coragem de enfrentar o problema e resolvê-lo com ações efetivas e notória sensibilidade. Lula e Dilma, assessorados por equipes do mais alto nível e com sentido de missão, viabilizaram a inserção de nosso país como uma das mais promissoras nações desenvolvidas no século 21. A absoluta ausência de compromisso dos governos anteriores para com as camadas sociais mais carentes e merecedoras de atenção e apoio, fez com que o tamanho e a gravidade de nosso subdesenvolvimento se tornassem colossais. Um exemplo disso era o novo (hoje) rico e exitoso Nordeste, que vivia a realidade da miséria, do desemprego, do abandono e de certo conformismo nacional diante daquele que era até chamado de “Brasil dos coitadinhos”. Há Estados do Nordeste e do Norte com índices de desenvolvimento social e econômico várias vezes maiores do que os de São Paulo, nosso Estado mais rico, mas aprisionado por quase duas décadas pelos governos incompetentes e elitistas do PSDB.
 
Hoje, após a venturosa década de administração dos governos do PT e partidos da base aliada, o Nordeste apresenta indicadores de desenvolvimento social e econômico invejáveis, que comprovam o acerto das políticas de potencialização do país e de sua gente, expressas em acertos fabulosos como o Bolsa Família, o Pro-Uni e dezenas de outros de igual sucesso.
 
Transformar pobres em cidadãos de classe média. Elevar os de classe média para o topo da pirâmide, nas classes A e B. Levar os filhos do povo para a universidade. Reduzir de forma exemplar as taxas de desemprego. Modificar a face de um país antes injusto e carente, resgatando a dramática dívida social e garantindo cidadania a dezenas de milhões de irmãos de todo o nosso imenso território continental. Isso, meus amigos, é o governo do PT.
 
(*) Delúbio Soares é professor



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